A Operação Black Flag, deflagrada pela Polícia Federal em 2021, investigou um dos maiores esquemas de fraude financeira e lavagem de dinheiro no Brasil, com movimentações ilícitas que ultrapassaram R$ 2,5 bilhões.

O grupo criminoso operava um esquema de pirâmide financeira disfarçado de investimentos em criptoativos e arbitragem de moedas virtuais. Prometiam rendimentos mensais de até 15%, captando investidores sob a falsa promessa de lucros seguros com criptomoedas. Na realidade, usavam o dinheiro de novos investidores para pagar os antigos, um modelo clássico de pirâmide.

Durante a operação, foram apreendidos diversos bens de alto valor, incluindo carros de luxo registrados em nome de terceiros. Entre um dos veículos apreendidos chamava atenção:

Ferrari F12 amarela – avaliada em mais de R$ 2,5 milhões (Nos dia de hoje avaliada em R$ 3,7 milhões)

Também foram apreendidos mais de R$ 1,2 milhão em espécie, joias, relógios de luxo e uma lancha avaliada em R$ 5 milhões.

A Receita Federal identificou que o grupo sonegou cerca de R$ 30 milhões em tributos federais diretamente relacionados à fraude. No total, os autos de infração aplicados nas fiscalizações chegaram a R$ 150 milhões, considerando o uso de notas fiscais frias, empresas de fachada e omissão de receitas.

Em 2023, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a operação, alegando que a Receita Federal atuou fora de suas atribuições constitucionais ao conduzir investigações criminais sem autorização judicial. Com isso, todas as provas obtidas foram consideradas ilícitas, comprometendo o andamento do processo.